quinta-feira, dezembro 16, 2010

O Cético Improvável

Nenhum progresso é visível nessas parcas possibilidades de vida. Não existir, assim como os deuses, é fabuloso. Nossos pais estão todos perdidos. A família deverá, sem dúvida, ficar para trás. Os amigos, talvez tenham salvação. Na boca da besta ninguém, além de nós, entrará, com essa dança estranha, amores frustrados, paixões de fogo e insanas retóricas.
Os tempos são outros, de ouro, e nessa nossa libertinagem, seremos banidos pelo resto do mundo que teima em nos espionar pela fresta da hipocrisia.
À margem de liberdade alguma, nos renderemos uma hora ou outra. Nenhum tipo de manifestação será compreendida.
As horas são menores agora. Pois estar tão próximo do fim é uma dádiva para o tempo cansado. Isso não tem a ver com "morrer", e sim com chegar ao fim de qualquer obra, secar um bom vinho ou o amargo absinto, um curto sorriso tímido, o gozo seguido do gemido voluptuoso, o último trago antes de apagar o cigarro no cinzeiro sujo...


Enviado por: Dimitry Uziel

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